Quando integramos em nós a consciência destas cinco fases – nas suas manifestações em nós e à nossa volta – ganhamos maior capacidade de aceitação daquilo que se manifesta, nas suas luzes e sombras, e vamos aprendendo a dançar no ritmo das mudanças naturais. Por esta altura do ano a fase Água começa a torna-se mais activa. Esta actividade vai-se tornando mais intensa até atingir o seu pico no Solstício de Inverno. A partir daí, apesar de percebermos a sua presença em termos físicos, ao nível energético ela já está a diluir-se no crescente número de horas de Sol. A energia da Água é uma energia de sombra, uma energia que aparenta estar dormente e latente. Quando se dá de um modo harmonioso a fase Água corresponde ao momento em que a energia vital se recolhe para se desformatar, regenerar, para que um novo ciclo comece, pleno de vitalidade. No entanto, mesmo na Natureza o movimento não é sempre harmonioso e em todas as fases de movimento existem manifestações com as quais não é fácil lidar... A Água é discreta, sinuosa, adaptável, penetrante, sombria, fria, e como já vimos é parte necessária de um ciclo maior. A Água é das cinco fases certamente a mais misteriosa, porque representa a sombra, a noite, o sono, o inconsciente, a morte, o desconhecido, os nossos medos, o nosso lado emocional e também a nossa intuição – a Água manifesta-se como uma energia profunda que não se deixa controlar, o que pode ser muito desafiante num contexto dominado pela mente racional. Negá-la em nós pode ser tentador (e fazemo-lo muitas vezes...) mas só a torna mais forte, mais densa, dominante e difícil de equilibrar. Nós humanos, somos seres que buscam o calor, mas a nossa base é sem dúvida a Água. No nosso corpo a dinâmica da Água rege os fluídos corporais, os rins e a bexiga, e está associada às glândulas supra-renais, onde reside o nosso Jing, a nossa essência de vitalidade, em parte herdada e não renovável. Por isso é importante aprender a cuidá-la e a preservá-la. Permitirmo-nos descansar o suficiente, em especial nesta altura do ano (mas nunca demais) e abster-se de substâncias estimulantes e psicotrópicas são algumas das formas mais simples e poderosas de fazer esta preservação. O sector geográfico regido pela Água é o sector Norte. Na nossa casa a Água pode então ser percebida nessa orientação menos luminosa, mais fria e húmida. As cores da Água são o preto e os azuis, em especial os azuis mais escuros ou pálidos. Não convém exagerar destas cores, em especial no Norte visto que já tende a ter Água suficiente. Noutros sectores também é pertinente usar estas cores com consciência dos seus efeitos – efeitos esses que dependem de vários factores. Uma consulta de Harmonização de Ambientes (num processo de aprofundamento) é de facto a forma mais fácil de ampliares esta consciência e de perceberes quais as melhores cores a aplicar e onde, em função do teu contexto específico. No entanto, recorreres à tua intuição e bom senso também te pode ajudar a fazeres boas escolhas. As formas Água são ondulantes e sinuosas e são o modo mais suave e seguro de introduzir os aspectos benéficos desta fase em qualquer ambiente. E claro, fontes e aquários são manifestações da energia Água, mas estes elementos deveriam definitivamente ser usados apenas quando se conhece em profundidade o enquadramento energético do ambiente: fontes e aquários têm uma energia dinâmica que activa a energia subtil (conhecida através de cálculos específicos), independentemente de essa energia subtil ser favorável ou desfavorável para os habitantes... Nas nossas casas podemos ainda encontrar a dinâmica da Água na casa-de-banho, um pouco na cozinha e sempre que há manifestações de humidade (bolores, pingueiras, inundações,...). Estas manifestações falam-nos frequentemente de desequilíbrios da Água em nós, projectados na nossa casa. Quem tem torneiras que pingam já deve ter reparado que mesmo depois de reparações essas questões tendem a ser reincidentes. Isto dá-se porque as questões na pessoa não estão resolvidas... Os bolores são outro exemplo: havendo uma maior predisposição para surgirem nos sectores com menos sol podem surgir inusitadamente noutros, por ventura soalheiros, reflectindo questões emocionais profundas. Estes "sintomas" podem ser agravados durante o Inverno, período em que a energia Água do ambiente reforça o modo de manifestação da Água em nós. Para conhecermos a natureza dessas questões emocionais observamos o lugar da casa em que elas surgem. É certo que não há uma resposta padrão para estas questões – a casa mostra-se simplesmente como uma extensão de nós, onde nos podemos ver mais facilmente, para darmos início a um processo de transmutação interna. Uma leitura do espaço emocional facilita no diagnóstico, para que depois continues no teu processo individual. Para concluir lembra-te sempre de aceitares e acolheres os teus períodos Água, os teus momentos menos luminosos. É verdade que podem ser duros e desafiantes, mas são também poderosos e essenciais para te conectares com a tua Força Interna e para que actives a Coragem necessária para lidar com os inúmeros desafios da vida. Boas reconexões *** Se gostaste, partilha!
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2 Comments
Rita
14/11/2016 16:40:35
Grata pela partilha, ajudará com certeza nesta fase de Água profunda em que nos encontramos!
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Cláudia
14/11/2016 17:56:28
Grata Rita :-) Fico contente!
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